Padre Santo




Dogmas de Fé
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22/11/14
MARIA SANTÍSSIMA, MÃE E CONSOLADORA DO PURGATÓRIO




MARIA SANTÍSSIMA, MAE E CONSOLADORA DO PURGATÓRIO
 
 
Maria pode socorrer as almas
 
 
 
Um dia, escreve Santa Brígida nas suas Reve­lações, disse-me a Virgem Santíssima:
 
— “Eu sou a Rainha do Céu, eu sou a Mãe de misericórdia, e o caminho por onde voltam os pecadores a Deus. Não há pena no Purgatório que não se alivie e que por mim não se torne menor do que se o fora sem mim”. 
 
Outra vez a Santa ouviu Jesus dizer à Sua Mãe: __“Tu és Minha Mãe, és a Rainha do Céu, és a Mãe de mi­sericórdia, és o consolo dos que estão no Purgatório e a esperança dos pecadores na terra”.
 
A provi­dencia maternal de Nossa Senhora se estende sobre Seus filhos na terra e no Purgatório. Ela nos socorre e ajuda até depois da morte nas chamas expiadoras. É uma verdade de fé, que as almas do Purgatório po­dem ser não só aliviadas em seus padecimentos, mas até libertadas das chamas expiadoras pelas orações, sa­tisfações e boas obras, e pelo Santo Sacrifício da Missa, enfim, pelos sufrágios dos vivos.
 
Todavia, a Igreja nada definiu sobre o socorro que possam os Santos do Céu, dar às almas padecentes. Não houve necessi­dade de uma definição, porque o que os hereges con­testaram desde Lutero principalmente, foi o sufrágio dos vivos e até a existência do Purgatório. Quem en­tretanto pode negar que a Igreja triunfante possa au­xiliar a Igreja padecente?
 
Segundo Santo Tomás de Aquino, duas coisas concorrem para que o sufrágio dos vivos aproveitem aos mortos: a caridade que une a todos, e a intenção que tem eles de socorrer os mortos. Quanto ao pri­meiro, nenhum meio existe maior de um vínculo de caridade que o Santo Sacrifício da Missa, o Sacra­mento que é o vínculo dos fiéis da Igreja. Quanto à outra, a oração, tem a vantagem de levar nossa in­tenção diretamente a Deus quando se invoca a Divina Misericórdia.
 
Ora, quem pode negar que os Santos do Céu já purificados, possuam a caridade em estado de perfei­ção na glória e a intenção reta de ajudar às benditas almas sofredoras? Quem melhor do que eles conhece o sofrimento daquelas almas? Não há dúvida, os San­tos na glória podem e socorrem as almas do Purga­tório. Quanto mais a Rainha dos Santos!
 
Contestaram alguns com subtilidades teológicas, que Maria nada poderia fazer pelas almas entregues à Justiça Divina no Purgatório. “Alguns autores, diz o piedoso Pe. Faber, pretendem que a Santíssima Vir­gem não pode ajudar as almas do Purgatório, senão de uma maneira indireta, porque não está mais em esta­do de satisfazer por elas. Não gosto de ouvir isto. Não gosto que falem de uma coisa que nossa terna Mãe não possa fazer”.

Pois se Maria tem todo poder no Céu e na terra, se é Mãe dos remidos, Mãe de Deus, não há de poder socorrer como e quando queira os seus filhos da Igre­ja padecente?
 
Sim, não há teólogo seguro que o conteste, e a tradição de tantos séculos confirma esta consoladora verdade: Maria socorre Seus fiéis servos depois da morte. Estende até o Purgatório Seu manto prote­tor de Mãe e Refúgio dos pecadores.
 
 
Como socorre Maria as almas sofredoras?
 
 
Há muitas maneiras do poder misericordioso de Maria socorrer às benditas almas padecentes. O pri­meiro meio e mais frequente, diz o Pe. Terrien, S. J. é o pensamento e a vontade que inspira aos fiéis ainda vivos neste mundo, de orar, sofrer e tra­balhar pela libertação das pobres almas.
 
Quantos de­votos de Nossa Senhora, não sentem de repente uma inspiração, um desejo de sufragar os seus mortos queridos ou o desejo de trabalharem pelo sufrágio do Purgatório!
 
É a Mãe bendita quem inspira estes bons desejos e resoluções. Não tem Ela nas mãos os cora­ções de Seus filhos? Um dia um santo Irmão coadju­tor da Companhia de Jesus, orava fervorosamente diante de uma imagem da Virgem Imaculada. En­quanto rezava, veio-lhe um certo escrúpulo do pouco zelo que tinha em orar e sufragar as almas do Pur­gatório. Uma voz misteriosa lhe disse, então:
 
— “Meu filho, meu filho, lembra-te dos defuntos!
 
— Sim, minha Mãe, o farei doravante, respondeu o piedoso Irmão. E desde aquele dia se entregou às boas obras e sacrifícios e orações pelas almas.
 
Quantas vezes Nossa Senhora em tantas reve­lações particulares pediu orações pelos mortos!
 
Ain­da em Fátima recomenda aos Pastorinhos a jaculatória: __Meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do in­ferno, aliviai as almas do purgatório, especialmente as mais abandonadas!”
 
Maria, pois, ajuda os fiéis do Purgatório inspirando sufrágios aos seus filhos da terra e depois, oferecendo por estas almas cativas, não as satisfações atuais, pois no Céu não há sofri­mento nem expiação, mas o que Ela padeceu e mere­ceu neste mundo. Haverá maior tesouro depois dos méritos de Cristo que os méritos de Maria?
 
Maria Santíssima, pois, por estes dois meios po­de e realmente socorre as almas.
 
A Igreja, na sua liturgia, confirma esta piedosa crença e esta verdade consoladora quando assim ora na Missa dos Defun­tos: __“Ó Deus que perdoais aos pecadores e desejais a salvação dos homens, imploramos a vossa clemên­cia por intercessão da Bem-aventurada Maria sempre Virgem, e de todos os Santos em favor de nossos ir­mãos, parentes e benfeitores que saíram deste mun­do, a fim de que alcancem a bem-aventurança eterna”.
 
Por terem as almas maior precisão de socorro, escreve Santo Afonso de Ligório, empenha-se a Mãe de Misericórdia com seio ainda mais intenso em au­xiliá-las.
 
Elas muito padecem e nada podem fazer por si mesmas.
 
Diz São Bernardino que Maria desce ao cárcere do Purgatório, onde tem certo domínio e poder para aliviar e libertar estas esposas de Jesus Cristo. Tráz alívio às almas.
 
Aplica-lhes o Santo es­ta palavra do Eclesiástico: Caminho por sobre as on­das do mar. Compara as ondas às penas da Pur­gatório, porque são transitórias, e por isso diferentes das do inferno, que nunca passam. Chama-as 0ndas do mar porque são penas muito amargas.
 
Os de­votos da Virgem, aflitos com estas penas, são por Ela visitados e socorridos frequentemente. Eis, pois como socorre Maria às almas do Purgatório.
 



Do Livro " Tenhamos compaixão das pobres almas " Mons. Ascânio Brandão


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