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30/01/13
SÃO SHARBEL MAKHLUF EREMITA




 

Ermitão do rito católico maronita, é o primeiro libanês canonizado pela Sé Apostólica nos tempos modernos,  09 de outubro de 1977 pelo Papa Paulo VI.

 

                                                Grande amante da  Eucaristia e da  Virgem Santíssima. Exemplo de  vida consagrada e de ermitão. Deus quis manifestar sua glória por meio desse  humilde eremita. Grande quantidade de  milagres ocorrem por sua intercessão. Diz-se no Oriente que numerosas  de suas  imagens milagrosamente produzem azeite de oliva,  que se utiliza na oração pelos enfermos. Além de ser bem conhecido no oriente Médio e  em toda a Igreja, na América é particularmente venerado no México a  partir da imigração maronita que começou no século XIX. Sua devoção se propaga na atualidade mui rapidamente pelo número crescente de milagres atribuídos à sua intercessão. Parece que Deus deseja utilizar este santo com o sinal de  seu desejo de  unificar o Oriente com o Ocidente.

 

                                                Nasceu no povoado de Beka'kafra,  a 140 km do Líbano,  capital libanesa, em  08 de maio de 1828. Era o quinto filho de Antun Makhlouf o Brigitte Chidiac, uma piedosa família campesina.  Foi batizado após oito dias na Igreja de Nossa Senhora, em sua cidade natal, recebendo por nome Yusef (José).  Aos três anos o pai de Yusef foi inscrito no exército turco na guerra contra os egípcios e morreu quando regressava para casa. Sua mãe foi quem cuidou da família, sendo um exemplo de virtude e de fé. Passado algum tempo, ela casou-se de novo com um homem devoto que posteriormente iria ser ordenado sacerdote. (No rito maronita,  homens casados podem ser escolhidos para o sacerdócio).

 

                                                Yusef ajudou a  seu padrasto no ministério sacerdotal. Já desde jovem era ascético e de  profunda oração. Yusef estudou na  pequena escola paroquial do povoado.  À idade de 14 anos foi pastor de  ovelhas, quando aperfeiçoou-se na oração. Retirava-se com freqüência a uma cova que descobriu próxima às pastagens para adentrar-se em horas de oração. Por isso, era alvo de zombaria de outros jovens pastores. Dois de  seus tios maternos eram ermitãos pertencentes à Ordem Libanesa Maronita. Yusef acudia a eles com freqüência para aprender sobre a vida religiosa e especialmente a vida monástica.

 

                                                Aos 20 anos de idade, Yusef é o sustento da sua casa. Sendo o tempo de  contrair matrimônio, sente-se chamado à outro tipo de vida. Depois de três anos de espera, escutou a voz do Senhor: “Deixa tudo, vem e segue-me”.  Assim,  numa manhã do ano 1851 se  dirige ao convento de Nossa Senhora de Mavfouq, onde foi recebido como postulante. Ao entrar no noviciado, renuncia ao seu nome batismal e  escolhe como nome de consagração: Sharbel.

 

                                                Algum tempo depois  foi enviado ao Convento de Annaya, onde professou os votos perpétuos como monge, em 1853. O enviaram imediatamente ao Mosteiro de São Cipriano de Kfifen, onde realizou seus estudos de filosofia e teologia, levando uma vida exemplar de oração e apostolado, entre estes, o cuidado dos  enfermos, o pastoreio das  almas e  o trabalho manual em coisas  mui humildes. 

 

                                                Sharbel  recebeu autorização para a  vida ermitã em 13 de fevereiro de 1875. Deste momento até sua morte, ocorrida na ermida dos Santos Pedro e  Paulo  na véspera de Natal do ano 1898,  dedicou-se inteiramente à oração (rezava 7 vezes ao dia a Liturgia das Horas),  as  asceses, a  penitência e  o trabalho manual. Comia uma vez ao dia e  levava consigo o cilício. 

 

                                                O padre Sharbel alcançou a  celebridade depois de sua morte, ocorrida em 24 de dezembro de  1898. Deus quis assinalar a este santo numerosos prodígios: Seu corpo se mantém incorrupto e seu sangue, ocorrem prodígios de luz, constatados por muitas pessoas. O povo venerava como santo, ainda que a hierarquia e seus próprios superiores, proibissem seu culto formal enquanto a Igreja não pronunciasse  seu veredicto. 

 

                                                Dado o  constante culto do povo, o Padre Superior Geral Ignácio Dagher  solicitou ao Papa Pio XI em 1925, a abertura do processo de beatificação do Padre Sharbel. Foi beatificado durante o fechamento do Concílio Vaticano II, em 5 de dezembro de  1965, pelo Papa Paulo VI, que disse: “Um ermitão da  montanha libanesa está inscrito no número dos Bem-Aventurados ... Um novo membro da  santidade  monástica enriquece com seu exemplo e  com sua intercessão a  todo o povo cristão.  E pode nos fazer entender, em  um mundo fascinado pelas  comodidades e  pela riqueza, o grande valor da pobreza, da  penitência e  do ascetismo, para libertar a  alma em sua ascensão a Deus”.

 

                                                Em 09 de outubro de  1977, durante o Sínodo Mundial dos Bispos, o Papa canonizou ao P. Sharbel com a seguinte proclama: 

 

“Em honra à Santa e Individual Trindade, para a  exaltação da fé católica e promoção da vida cristã, com a  autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo,  dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e nossa, depois de  madura deliberação e  após implorar intensamente a ajuda divina... decretamos e definimos que o beato Sharbel Makluf é SANTO, e o inscrevemos no catálogo dos santos, estabelecendo que seja venerado como santo com piedosa devoção em toda a Igreja.  Em nome do Pai,  do Filho e  do Espírito Santo”.

 

ORAÇÃO

 

                                                Deus, infinitamente santo e glorificado por meio de  teus santos. Tu que inspiraste o santo monge e ermitão Sharbel para que vivesse e  morresse em perfeita  união com Jesus Cristo,  dando-se a força para renunciar ao mundo e  fazer triunfar de sua ermida, ao heroísmo de  suas virtudes monásticas:  pobreza, obediência e santidade. Te imploramos nos concedas a  graça de  te  amar e  servir seguindo seu exemplo. Deus Todo-Poderoso, Tu que tens manifestado o poder da intercessão  de São Sharbel através de  seus numerosos milagres e  favores,  concedei-nos a  graça que te imploramos por sua intercessão (fazer o pedido). Amém.  (Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória)

Reflexões:

A vergonha e  o respeito humano são barreiras que devemos transpor corajosamente, especialmente quando  tratamos das coisas de Deus. Será que nos é tão difícil benzer-se em via pública, quando passamos na frente da Casa de Deus,  ou de um cemitério, ou antes de uma refeição num restaurante?  Se relutamos nisso, não é por outra razão que não pelo respeito humano,  constrangimento ou vergonha.  Grandes testemunhos cristãos são originários de pequenos gestos, pequenos hábitos que transmitem o grande significado da nossa fé.  

Pastor de ovelhas com apenas 14 anos, São Sharbel não envergonhava-se em dedicar muitas horas de oração em meio ao seu ofício cotidiano.  As zombarias dos outros jovens não lhe afetavam os ouvidos, muito menos a sua fervorosa postura cristã.  Resta perguntar hoje quem eram os jovens que outrora gracejavam;  sequer sabemos seus nomes. A certeza que temos é que morreram, retornaram ao pó e compareceram ao tribunal de Cristo. Com quê constrangimento viram gravadas suas histórias: o que pensavam ser engraçado era...  muito sério!

Peçamos a intercessão de São Sharbel para que, com a mesma sabedoria, enfrentemos tais situações com coragem e determinação,  e que sejamos agraciados já nesta vida, da plena visão nas coisas divinas, para que possamos sufocar as ilusões e preceitos terrenos.  




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Artigo Visto: 1893