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09/01/13
BEATO JOÃO XXIII - PAPA




Pontificado 1958 a 1963

                                                       Nasceu no dia 25 de Novembro de 1881 em Sotto il Monte, diocese e província de Bérgamo (Itália), e nesse mesmo dia foi batizado com o nome de Angelo Giuseppe; foi o quarto de treze irmãos, nascidos numa família de camponeses e de tipo patriarcal. Ao seu tio Xavier, ele mesmo atribuirá a sua primeira e fundamental formação religiosa. O clima religioso da família e a fervorosa vida paroquial foram a primeira escola de vida cristã, que marcou a sua fisionomia espiritual.

                                                       Ingressou no Seminário de Bérgamo, onde estudou até ao segundo ano de teologia. Ali começou a redigir os seus escritos espirituais, que depois foram recolhidos no "Diário da alma". No dia 1 de Março de 1896, o seu director espiritual admitiu-o na ordem franciscana secular, cuja regra professou a 23 de Maio de 1897.

                                                       De 1901 a 1905 foi aluno do Pontifício Seminário Romano, graças a uma bolsa de estudos da diocese de Bérgamo. Neste tempo prestou, além disso, um ano de serviço militar. Recebeu a Ordenação sacerdotal a 10 de Agosto de 1904, em Roma, e no ano seguinte foi nomeado secretário do novo Bispo de Bérgamo, D. Giacomo Maria R. Tedeschi, acompanhando-o nas várias visitas pastorais e colaborando em múltiplas iniciativas apostólicas:  sínodo, redação do boletim diocesano, peregrinações, obras sociais. Às vezes era também professor de história eclesiástica, patrologia e apologética. Foi também Assistente da Ação Católica Feminina, colaborador no diário católico de Bérgamo e pregador muito solicitado, pela sua eloquência elegante, profunda e eficaz.

                                                       Naqueles anos aprofundou-se no estudo de três grandes pastores:  São Carlos Borromeu (de quem publicou as Atas das visitas realizadas na diocese de Bérgamo em 1575), São Francisco de Sales e o então Beato Gregório Barbarigo. Após a morte de D. Giacomo Tedeschi, em 1914, o Pade Roncalli prosseguiu o seu ministério sacerdotal dedicado ao magistério no Seminário e ao apostolado, sobretudo entre os membros das associações católicas.

                                                       Em 1915, quando a Itália entrou em guerra, foi chamado como sargento sanitário e nomeado capelão militar dos soldados feridos que regressavam da linha de combate. No fim da guerra abriu a "Casa do estudante" e trabalhou na pastoral dos jovens estudantes. Em 1919 foi nomeado diretor espiritual do Seminário.

                                                       Em 1921 teve início a segunda parte da sua vida, dedicada ao serviço da Santa Igreja. Tendo sido chamado a Roma por Bento XV como presidente nacional do Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé, percorreu muitas dioceses da Itália organizando círculos missionários.

                                                       Em 1925, Pio XI nomeou-o Visitador Apostólico para a Bulgária e elevou-o à dignidade episcopal da Sede titular de Areopolis.

                                                       Tendo recebido a Ordenação episcopal a 19 de Março de 1925, em Roma, iniciou o seu ministério na Bulgária, onde permaneceu até 1935. Visitou as comunidades católicas e cultivou relações respeitosas com as demais comunidades cristãs. Atuou com grande solicitude e caridade, aliviando os sofrimentos causados pelo terremoto de 1928. Suportou em silêncio as incompreensões e dificuldades de um ministério marcado pela tática pastoral de pequenos passos. Consolidou a sua confiança em Jesus crucificado e a sua entrega a Ele.

                                                       Em 1935 foi nomeado Delegado Apostólico na Turquia e Grécia:  era um vasto campo de trabalho. A Igreja tinha uma presença ativa em muitos âmbitos da jovem república, que se estava a renovar e a organizar. Mons. Roncalli trabalhou com intensidade ao serviço dos católicos e destacou-se pela sua maneira de dialogar e pelo trato respeitoso com os ortodoxos e os muçulmanos. Quando irrompeu a segunda guerra mundial ele encontrava-se na Grécia, que ficou devastada pelos combates. Procurou dar notícias sobre os prisioneiros de guerra e salvou muitos judeus com a "permissão de trânsito" fornecida pela Delegação Apostólica. Em 1944 Pio XII nomeou-o Núncio Apostólico em Paris.

                                                       Durante os últimos meses do conflito mundial, e uma vez restabelecida a paz, ajudou os prisioneiros de guerra e trabalhou pela normalização da vida eclesial na França. Visitou os grandes santuários franceses e participou nas festas populares e nas manifestações religiosas mais significativas. Foi um observador atento, prudente e repleto de confiança nas novas iniciativas pastorais do episcopado e do clero na França. Distinguiu-se sempre pela busca da simplicidade evangélica, inclusive nos assuntos diplomáticos mais complexos. Procurou agir sempre como sacerdote em todas as situações, animado por uma piedade sincera, que se transformava todos os dias em prolongado tempo a orar e a meditar.

                                                       Em 1953 foi criado Cardeal e enviado a Veneza como Patriarca, realizando ali um pastoreio sábio e empreendedor e dedicando-se totalmente ao cuidado das almas, seguindo o exemplo dos seus santos predecessores:  São Lourenço Giustiniani, primeiro Patriarca de Veneza, e São Pio X.

                                                       Depois da morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontífice a 28 de Outubro de 1958 e assumiu o nome de João XXIII. O seu pontificado, que durou menos de cinco anos, apresentou-o ao mundo como uma autêntica imagem de bom Pastor. Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou cristãmente as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. O seu magistério foi muito apreciado, sobretudo com as Encíclicas "Pacem in terris" e "Mater et magistra".

                                                       Convocou o Sínodo romano, instituiu uma Comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Concílio Ecuménico Vaticano II. Visitou muitas paróquias da Diocese de Roma, sobretudo as dos bairros mais novos. O povo viu nele um reflexo da bondade de Deus e chamou-o "o Papa da bondade". Sustentava-o um profundo espírito de oração, e a sua pessoa, iniciadora duma grande renovação na Igreja, irradiava a paz própria de quem confia sempre no Senhor. Faleceu na tarde do dia 3 de Junho de 1963.

Fonte: site do Vaticano - www.vatican.va

Corpo Incorrupto (fonte: www.oremosjuntos.com)

Em 27 de março de 2001,  um cardeal presente durante a abertura do ataúde do Papa João XXIII manifestou que seus restos estavam como se tivesse morrido ontem, depois de 38 anos de seu falecimento. "Nenhuma parte de seu corpo estava decomposta", declarou o cardeal Virgilio Noe, Pároco Maior da Basílica de São Pedro.  O corpo foi trasladado para um local mais acessível na Basílica.  Seu rosto luz tranqüilo, a serenidade que teve em vida ainda se mostra presente em sua expressão, numa urna de cristal exposta no Vaticano, a partir de 3 de junho de 2002.

Nota da Redação: O corpo do Papa João XXIII, por ocasião da sua  morte, foi submetido a técnicas químicas, não de embalsamação, pelo menos no sentido clássico, conforme declarou o próprio Prof. Gennaro Goglia, numa entrevista concedida ao semanário Família Cristã, em sua edição italiana. Uma das principais razões para a ação do processo (à base de formalina), foi a aplicação junto aos tecidos internos destruídos pelo câncer, isso para eliminar todas as bactérias locais.  Houve também aplicação de líquido especial que atingiu os capilares, havendo, em tese, a possibilidade da incorruptibilidade estar associada a uma técnica nova, criada pelo Prof. Goglia. Como não trata-se de embalsamação, mas de uma experiência casual,  há controvérsias entre o conceito de milagre e a preservação artificial dos tecidos.  O Certo é que,  não existe nenhuma parte do corpo com o mínimo sinal de decomposição ou eventual deformação. 

 Reflexões

 Pontificados de João XXIII e Paulo VI (Os Papas do Concílio) por paginaoriente.com

O Papa da bondade (João XXIII),  assim como o Papa Paulo VI, enfrentou seríssimas dificuldades, especialmente no tocante  ao Concílio Ecumênico Vaticano II, já desde o seu advento e que seriam herdadas em seguida pelo seu sucessor. De fato, as perseguições não só persistem neste ponto,  mas avançam vertiginosamente no mundo cibernético com facetas diversamente absurdas. Em meio às grosserias desprovidas de autenticidade, sugerem o envolvimento desses dois pontífices com sociedades secretas e uma série de outros impropérios, cuja irracionalidade encerra maiores comentários a respeito.

Não obstante a ignorância humana e a maldade dos tempos,  aproveita-se material imundo para fins escusos,  dando-lhe, porém,  forma acadêmica com eloqüentes requintes para conquistar apreço didático e esmeroso respeito. Artifício que os católicos bem conhecem por outras deturpações históricas advindas desse tipo de proceder: Temas como inquisição e  heresias, que invadiram escolas e universidades de forma absolutamente distorcida, pelas mãos de professores de quinta categoria, desprovidos de inteligência ou raciocínio histórico-científico. Proporcionalmente são poucos,  mas subiram aos montes e soltaram ao vento as penas do saco.   

Parte desse  leque de mentiras, mais brandas que as primeiras, porém, não menos graves, são as acusações relativas aos decorrentes disparates pós-conciliares, por ocasião do pontificado do Papa Paulo VI.  

Nessa época, terrível para o Papa, muitos falsos pastores, interpretando erroneamente algumas deliberações eclesiais,   fomentaram uma espécie de insurreição dentro do clero, justamente no momento em que o mundo assistia a insana proliferação de movimentos tresloucados, marcados pela contracultura, agitações estudantis, levantes e bandeiras de liberdade e revolução.  A dialética do proletariado lhes dava carona na batalha dos "anos rebeldes" e o fenômeno atingiu proporções nunca dantes vista.   

Alguns setores da Igreja,  queriam fazer acreditar, para a própria perdição,  que o Concílio Vaticano II fosse uma espécie de expressão paralela daquela ebulição social das décadas de 60 e 70. Da mesma sorte, grande fatia financiada pelo "capital" de Karl Marx, fazia o jogo do comunismo, que gozava sua fase áurea. Baseando-se em pontos de dúbia interpretação doutrinária, o "quanto pior melhor" satisfazia plenamente aos marxistas, que fincariam sua cunha logo depois, pelas mãos da insurgente teologia liberticida. Por tudo isso,  não erramos em afirmar que  nenhum outro Papa enfrentou situação semelhante em toda a história como o Papa Paulo VI. Momentos de extremo sofrimento pelos desatinos, loucura, dureza de coração, dentro e fora da Igreja. Constatação óbvia pelo desabafo que não conseguiu conter no peito: "Estão demolindo a Igreja!".   

Todavia, tentaram, mas não conseguiram, estender o mar de lama para dentro do Concílio. Não atingindo o intento, deturparam em seguida o sentido das normas promulgadas e investiram poderosamente. Para nós está claro que Paulo VI segurou com rédeas curtas, o máximo que pôde ao "cavalo indomado". Esta foi sua missão, assim como a do Papa João Paulo II, que sentiu na carne a opressão comunista, para derrubar o comunismo. Por isso, o Papa Bento XVI, por sua postura preservadora, é o Papa escolhido por Deus para restabelecer o rastro que sobrou tanto de uma luta como da outra. Este é o nosso parecer. 

Voltando à questão,  sugere ignorância, quando não má-fé,  os ataques às deliberações firmadas pelos Padres Conciliares.  Na verdade, os abusos e as distorções foram geradas externamente,  mas aplicadas internamente por alguns bispos,  padres e religiosos que estavam com pesamento e coração "lá fora",  porém,  matutando o que iriam implantar "aqui dentro".  Macular o culto divino e implantar suas "novidades" à revelia de Roma, foi essa a intenção. Os abusos subseqüentes, como bola de neve,  atingiriam níveis quase  insuportáveis no que se refere às normas litúrgicas romanas.  Tanto isso é verdade que o Papa Bento XVI,  sem  infringir ou revogar um só ponto do Concílio Vaticano II,  recoloca agora o trem nos trilhos,  instituindo em toda a Igreja latina um só rito litúrgico, ou seja,  o antigo rito romano, seja pelo uso do Missal do Papa João XXIII, de 1962 (Missa em latim) ou do Missal do Papa Paulo VI, de 1970,  conforme Motu Proprio Summorum Pontificum, de julho de 2007 (clique aqui e acesse o documento em português).

O Santo Padre,  no momento atual, amarga a mesma dureza de coração e resistência, assim como seus predecessores. Salta aos olhos as incompreensíveis reações dentro de alguns setores do clero,  da mesma forma  barulhentos e não menos danosos. Após a publicação do aludido Motu Proprio, teve  bispo na Itália dizendo estar "de luto" pelo fato do Papa ter "sepultado as  determinações do Concílio Vaticano II".  Coisa de quem desconhece o teor das homologações conciliares, coisa de quem perdeu a noção de hierarquia,  de quem resiste à Autoridade da Igreja, de quem deturpa tudo para gerar confusão e divisão. E, assim,  a história se repete...

Nós, como católicos, devemos ter em mente algo bem cristalino: "Roma locuta, causa finita" - "Roma falou, causa encerrada".   Quem não acredita  na Autoridade divina do Papa, quem não acredita ser ele o Representante de Cristo na terra,  melhor arrumar a bagagem e procurar outra seita ou religião que se lhe adapte; elas existem aos montes por aí e em qualquer esquina.  Em se tratando da Igreja de Cristo, é melhor um conteúdo reduzido, porém, de qualidade, do que uma caixa repleta de frutos deteriorados. 

Impossível declarar-se católico quem discorda do Trono de Pedro.  



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