Padre Santo




Homilias Dominicais
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06/09/09
23º Domingo do Tempo Comum




23º  Domingo do Tempo Comum 

“29º Domingo no Exílio” 
 Domingo, 06 de Setembro de 2009. 

      Ave ó Maria, cheia de graça, o Senhor é Convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para Sempre seja louvado e nossa Mãe Maria Santíssima. Salve! 

      Diletíssimos filhos, da Santa e Venerada Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo... Meus amados filhos! Somos abrasados pela infinita bondade e Misericórdia de Deus, e, constantemente, animados e ungidos pelo Seu Divino Espírito. De modo particular, as leituras de hoje, que acabamos de escutar, vêm fortalecer os nossos corações. Porque através da Palavra do Senhor, sentimos a presença do amor de Deus em nós. Pois é esse amor que restaura nossa fraqueza, cura nossas feridas, e anima nossa esperança... Como nos fala, hoje, o Profeta Isaias: “Dizei aos pusilânimes: Tomai ânimo, e não temais; eis que o vosso Deus tirará a vingança e as represálias. Deus mesmo virá, e vos salvará” (Is 35, 4). 

     Como somos tentados a desanimar, na difícil luta que em nossos tempos, Deus nos confiou a graça de vivenciarmos! Ou, por outro lado, somos motivados a acolher os desafios humanos, como simples tarefas a serem executadas, que nos garantam uma satisfação pessoal e social, do dever cumprido!... Como se fôssemos nós que as fizéssemos! Quanta tentação! Não! Em toda ação humana (menos no pecado) está a Mão de Deus que tudo governa. Porque Ele tudo conduz para realização – segundo Seus desígnios – do plano de amor salvífico, por Ele determinado, desde toda a Eternidade. Como nos diz o Salmista: “O Senhor reinará para sempre, o teu Deus, ó Sião (reinará) de geração em geração. Aleluia!” (Sl 145, 10).  

     Sim, amados! É preciso que o Amor de Deus reine em nossos corações. E, uma vez que em nós, reina o Amor de Deus, todas as realidades humanas são purificadas e sustentadas na raiz desse amor. “O nosso coração não descansará – nos diz Santo Agostinho – enquanto não repousarmos em Vós, Senhor!” Como, então, sustentados pelo amor que nos une ao Coração do nosso Deus, ainda conseguimos ser indiferentes às dores e aos sofrimentos dos nossos irmãos? Vemos, quotidianamente, passar diante de nós, uma “comitiva de males” sociais, morais e espirituais... Enquanto o Senhor está sempre, a espera da generosidade do nosso coração! “Ouvi, meus irmãos diletíssimos; porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo (para serem) ricos na fé, e herdeiros do reino prometido por Deus aos que O amam? Pois temos uma consciência cristã. Mas não basta só uma consciência, mas, também, um coração que se compadeça do sofrimento alheio – de todo tipo de sofrimento! Quantas dores e sofrimentos – morais, físicos e espirituais – experimentam um número alarmante dos nossos irmãos! Como está o nosso coração, diante dos males que nos cercam? Coração de pedra? Há algum tempo atrás, mais precisamente, no dia 16 de março de 2008, tivemos a graça de escutar o testemunho de Glória Pólo. Nele, ouvimos essas duras palavras de Jesus, a ela dirigidas: “Começastes a morrer (espiritualmente), quando fostes insensível aos sofrimentos dos vossos irmãos – coração de pedra!” Sim! E hoje nos exorta a Santa Palavra de Deus, através do Apóstolo São Tiago: “Meus irmãos, não queirais conciliar a fé do glorioso Nosso Senhor Jesus Cristo com a acepção de pessoas” (Tg 2, 1).  

     Meus queridos filhos! Devemos, com fidelidade, escutar a voz do Senhor, mediada (Sacramentada) pela Santa Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo. Porque seguindo os passos da Verdadeira Igreja, certamente, seguimos os passos de Jesus. E Ele, conseqüentemente, nos ensinará a caminhar na Sua Presença. Muito mais, Ele Se oferece a nós, no Altar do Sacrifício! Ele Se Imola para Se tornar Alimento curativo, que renova nossa fragilidade humana. Essa graça, que emana do Seu Coração, dá um novo sentido a nossa existência, e, a nossa permanência, como militantes neste mundo... Pois como nos fala a Santa Igreja: A Eucaristia é o remédio da imortalidade. Sim! Antídoto das coisas celestes... O próprio céu! Quando vivemos essa relação de amor, com a pessoa de Jesus - através da nossa intimidade com o Senhor e com o Mistério que, quotidianamente, celebramos, – somos mergulhados na Fonte Eterna, que é o Abismo do Seu Sagrado Coração. Vemos, então – em nossa vida doada e partilhada – vencido em nós o egoísmo, e tantos outros males que nos oprime, realizando em nosso coração, a profecia de Isaias: “A terra, que estava árida, se converterá em um lago, e a terra, que ardia de sede, se converterá em fontes de águas” (Is 35, 7a). Pois jamais podemos doar o àquilo que não possuímos, e o Amor de Deus, em nós, é um Dom, um Talento precioso a serviço da consumação do Seu Reino. Sigamos firmes, implorando a graça e o amor divinos, sobre nós e sobre todos os nossos irmãos, que confiam e espera do nosso coração, um gesto de amor! 

     Queridos! Que a nossa oração quotidiana, de modo particular a meditação e a contemplação do Santo Rosário, em família – prática que devemos reforçar nesses nossos dias – sejam a luz que ilumina os nossos corações, como uma lâmpada que nunca se extingue, pelo maravilhoso óleo da caridade. Porque para nós cristãos, irmãos, a prática das boas obras não é, simplesmente, um bem imanente e “interesseiro”, como o “filantropismo” reinante dos tempos atuais... Mas sim, um bem transcendente, que brota do interior dos corações, e que se realiza nas realidades e necessidades concretas das nossas vidas, na nossa existência, como doação de nós mesmos! Tendo em vista a Glória de Deus, e a salvação das almas! Foi isso que Jesus fez, ao manifestar as maravilhas de Deus, através dos sinais que realizou: “E trouxeram-lhe um surdo mudo, e suplicavam-lhe que lhe impusesse a mão. Então Jesus tomando-o à parte dentre a multidão, meteu-llhe os dedos nos ouvidos, e, cuspindo, com saliva tocou a sua língua. E, levantando os olhos ao céu, deu um suspiro, e disse-lhe: Ephpheta, que quer dizer, abre-te. E imediatamente se lhe abriram os ouvidos e se lhe soltou a prisão da língua, e falava claramente” (Mc 7, 32-35). Sim, filhos! Deus quer de nós a prática sincera do amor que O devotamos, através do exercício da Verdadeira Caridade. Falo, verdadeira, porque muitos gestos mesquinhos e interesseiros, da nossa parte, podem nos iludir que estamos fazendo o bem. No entanto, se não praticarmos (a Verdadeira Caridade), só estamos satisfazendo os nossos próprios interesses, e não os de Deus. Pois os interesses de Deus – que Jesus na Sua simplicidade nos revela – é que Ele seja glorificado, através da nossa fraqueza e da oferta de nós mesmos, na prática do amor e do bem. 

     “Aleluia. Louva, ó minha alma, o Senhor; eu louvarei o senhor, durante a minha vida; cantarei salmos ao meu Deus enquanto eu existir” (Sl 145, 1)... Ajudados e auxiliados pela poderosa interseção, da Bem Aventurada e sempre Virgem Maria, trilhemos, com segurança, o Caminho da Santidade. Como resposta sincera a Deus, no quotidiano das nossas vidas, do chamado que Ele nos fez - e continua a fazer - enquanto fiéis a Sua vontade. Sim, Mãe! Imitando o Seu “Sim”, saibamos ser dócil a boa inspiração, que o Espírito Santo faz em nós, para que correspondamos, com alegria e sabedoria – mesmo no caminho da Cruz – à Vocação e a Missão que o Senhor nos confiou. Contamos, sempre, ó Virgem Santíssima, com a proteção do Vosso Manto, e a interseção do Vosso Materno e Imaculado Coração. Assim seja! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado e nossa Mãe Maria Santíssima. Salve! 
 

                 “Eu, Deus Uno e Trino, quis a Igreja como instrumento para realizar e perpetuar na Terra a segunda criação. Da Igreja eu sou o Chefe, invisível, mas real, sempre presente, soberanamente ativo e fecundo. Da Igreja sou Mestre indefectível, o guia seguro; nela eu sou Caminho, Verdade e Vida”. 

                      (Jesus aos seus Sacerdotes e fiéis, Vol 5, pg. 20) 
               
               

     Abandonamo-nos, a Te, ó Mãe, pois sabemos que ao Vosso Coração podemos Vos confiar! 
 

Afetuosamente, vos deixo meu abraço Paterno e Sacerdotal!  

E abençôo-vos,

+ Pe. Tarciso. 
 




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