Padre Santo




Reflexões
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23/03/16
JESUS É FLAGELADO E CONDENADO À MORTE




 

A FLAGELAÇÃO DE JESUS

 

Olhai-Me, amados Meus, deixando-Me conduzir, com a mansidão de um cordeiro, ao tremendo suplício da flagelação. Sobre Meu corpo, já coberto de golpes e oprimido pelo cansaço, os verdugos descarregam cruelmente — com cordas trançadas, com varas — terríveis açoites. É tanta a violência com que Me castigam, que não restou um só lugar que não fosse presa da mais terrível dor... Os golpes e pontapés Me causaram inumeráveis ferimentos... As varas arrancavam pedaços de Minha pele e Minha carne. O Sangue brotava de todos os Meus membros... Caí uma e outra vez pela dor que Me causavam os golpes em Minha virilidade. Meu corpo estava em tal estado, que mais parecia um monstro que um homem. As feições de Meu rosto haviam perdido sua forma, era um só edema.

O pensamento de tantas almas, a quem mais tarde iria inspirar o desejo de seguir Meus passos, consumia-Me de amor.

Durante as horas de prisão, via-as fiéis imitadoras, aprendendo de Minha mansidão, paciência, serenidade. Não somente para aceitar os sofrimentos e desprezos, mas também amando aos que as perseguem e, se necessário, sacrificando-se por eles, como Eu Me sacrifiquei.

Como Me inflamava cada vez mais em desejos de cumprir perfeitamente a Vontade de Meu Pai, naquelas horas de solidão, em meio a tanta dor! Como Me ofereci para reparar Sua Glória ultrajada! Assim vós, almas religiosas, que vos encontrais na prisão escolhida por amor, que mais de uma vez passais aos olhos das criaturas por inúteis e até por prejudiciais, não temais. Deixai que gritem contra vós e, nessas horas de solidão e dor, uni intimamente vosso coração a vosso Deus, objeto único de vosso amor. Reparai Sua Glória, por tantos pecados!

 

 

JESUS É CONDENADO À MORTE

 

Ao amanhecer, Caifás ordenou que Me conduzissem a Pilatos para que pronunciasse a sentença de morte. Este Me interrogou, desejoso de achar um motivo para condenar-Me, mas, ao mesmo tempo, sua consciência o atormentava e sentia um grande temor diante da injustiça que ia cometer. Por fim, encontrou um meio para desentender-se Comigo e mandou que Me levassem a Herodes.

Em Pilatos estão fielmente representadas as almas que, sentindo ao mesmo tempo o movimento da graça e de suas paixões, dominadas pelo respeito humano e cegadas pelo amor-próprio, pelo temor de parecerem ridículas, deixam passar a graça.

A todas as perguntas de Pilatos, nada respondi. Mas quando Me disse: És tu o Rei dos Judeus? Então, com gravidade e firmeza, respondi: _"Tu o dizes, Eu sou o Rei; mas Meu reino não é deste mundo..." Com estas palavras quis ensinar a muitas almas como, quando se apresenta a ocasião de suportar o sofrimento, ou uma humilhação que poderiam facilmente evitar, devem responder com generosidade: "Meu reino não é deste mundo, isto é, não busco os elogios dos homens; Minha Pátria não é esta, descansarei na que verdadeiramente o é. Agora, ânimo para cumprir meu dever sem ter em consideração a opinião do mundo. O que me importa não é sua estima, mas seguir a voz da graça, afogando as reclamações da natureza. Se não sou capaz de vencer sozinho, pedirei força e conselho, pois, em muitas ocasiões, as paixões e o excessivo amor-próprio cegam a alma e a impulsionam a fazer o mal."

Não são nem 10 nem 20 os algozes que destroçam Meu Corpo; são muitíssimas as mãos que ferem Meu Corpo, recebendo a Comunhão na mão — o trabalho sacrílego de Satanás.

Como podeis Me contemplar neste mar de dor e amargura, sem que vosso coração se mova à compaixão?

Mas, não são os verdugos que Me hão de consolar, e sim vós, almas escolhidas, para que alivieis Minha dor. Contemplai Minhas feridas e vede se há alguém que tenha sofrido tanto quanto Eu, para demonstrar-vos Seu amor.

 

 

Revelações de Jesus a Catalina Rivas_Livro_A Paixão.




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