Padre Santo




Dogmas de Fé
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29/07/09
SOBRE JESUS




 

 

1. JESUS CRISTO É VERDADEIRO DEUS E FILHO DE DEUS POR ESSÊNCIA

 


Declara o Símbolo "Quicumque" do Concílio de Toledo (400-447):

·        "É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos..." (Dz. 40).

O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

Provas das Sagradas Escrituras:

·        Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:

·        Emanuel, Deus conosco (Is 7,14; 8,8).

·        Conselheiro admirável, Varão Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz (Is 9,6).

·        "Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência..." (Batismo no rio Jordão - Mt 23,17).

·        "Este é Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt 17,5).

·        "...Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai..." (Lc 2,49).

·        "Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt 11,27).

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

·        "As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim..." (Jo 10,25).

 

2. JESUS POSSUI DUAS NATUREZAS QUE NÃO SE TRANSFORMAM NEM SE CONFUNDEM

 


Afirma São Leão I Magno (440-461) em sua epístola dogmática de 13 de Junho de 449:

·        "Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

Também diz o Concílio de Calcedônia (451, IV Ecumênico):

·        "...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade... que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa" (Dz. 148).

Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

Sagradas Escrituras:

·        "E o Verbo se fez carne..." (Jo 1,14).

·        "O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem..." (Fil 2,6-7).

 

3. CADA UMA DAS DUAS NATUREZAS EM CRISTO POSSUI UMA PRÓPRIA VONTADE FÍSICA E UMA PRÓPRIA OPERAÇÃO FÍSICA

 


Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):

·        "Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Sagradas Escrituras:

·        "Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).

·        "Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).

·        "Desci do céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou..." (Jn. 6,38).

·        "Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novamente..." (Jo 10,18).

Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.

 

4. JESUS CRISTO, AINDA QUE HOMEM, É FILHO NATURAL DE DEUS

 


Diz o Concílio de Trento (1545-1563), na sessão IV de 13 de Janeiro de 1547 (sob Paulo III; 1534-1549):

·        "...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo..." (Dz. 794, 299, 309).

Sagradas Escrituras:

·        "Deus não perdoou Seu próprio Filho, mas sim O entregou por todos nós..." (Rm 8,32).

·        "Deus tanto amou o mundo que lhe deu Seu Filho Unigênito..." (Jo 3,16).

·        "E uma voz que saia dos céus dizia: 'este é Meu Filho amado, em quem me alegro..." (Mt 3,17).

·        "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e pudemos contemplar Sua glória, glória que recebe do Pai como Filho Único, cheio de graça e verdade..." (Jo 1,14).

Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais que uma filiação de Deus: a natural.

 

5. CRISTO IMOLOU-SE A SI MESMO NA CRUZ COMO VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRIFÍCIO

 


 Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17 de Setembro de 1562:

·        "O Sacrossanto Concílio... ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz..." (Dz. 940-122-951).

Sagradas Escrituras:

·        "Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (Jo 1,29).

·        "Cristo nos amou e se entregou por nós todos em sacrifício e oblação a Deus..." (Ef. 5,2).

·        "Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado..." (Rm 3,25).

·        "Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo..." (Hb 9,28).

O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de Sua morte:

·        "Este é Meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).

Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.

 

6. CRISTO NOS RESGATOU E RECONCILIOU COM DEUS POR MEIO DO SACRIFÍCIO DE SUA MORTE NA CRUZ

 


 Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):

·        "O concilio... por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão..." (Dz. 938). "... que nos reconciliou com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por nós a Justiça, a Santidade e a Redenção..." (Dz 790).

Sagradas Escrituras:

·        "Preço do resgate por muitos..." (Mt 20,28).

·        "O qual se deu a Si mesmo em preço do resgate..." (1Tm 2,6).

·        "São justificados por Sua graça..." (Rm 3,24).

·        "...Ele se deu a Si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade..." (1Tm 2,14).

·        "...este é Meu Sangue da Aliança que se derrama sobre muitos para a remissão dos pecados..." (Mt 26,28).

São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecados com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).

 

7. AO TERCEIRO DIA DEPOIS DE SUA MORTE, CRISTO RESSUSCITOU GLORIOSO DENTRE OS MORTOS

 


Expõe o XI Concílio de Toledo (675), sob Adeodato (672-676):

·        "...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." (Dz. 286)

Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de Cristo em todas as formas de racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por Pio X (Dz. 2036).

Sagradas Escrituras:

·        Não deixarás Tu minha alma no inferno, não deixarás que Teu justo experimente a corrupção..." (Sl 15,10).

·        "[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites..." (Mt. 12,40).

·        "Os Apóstolos davam testemunho, com grande poder, da ressurreição do Senhor Jesus..." (At 4,33).

Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de nosso Senhor:

·        "... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor 15,14).

 

 

8. CRISTO SUBIU EM CORPO E ALMA AOS CÉUS E ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI
Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concilio de Latrão (1215):

·        "...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:

·        "...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".

Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O testemunho claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para formação de lendas.

Sagradas Escrituras:

·        Cristo havia predito: "O espírito é aquele que dá a vida; a carne de nada serve. As palavras que lhes disse são espirito e são vida..." (Jo 6,63; 14,2; 16,28).

·        A realizou diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes, foi elevado ao céu e se sentou à direita de Deus..." (Mc 16,19; Lc 24,51).

Importância: No aspecto cristológico é a elevação definitiva da natureza de Cristo. No aspecto sotereológico, é a coroação final de toda a obra redentora.

 

 




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