Padre Santo




Artigos Importantes
  • Voltar






11/11/12
O PRINCÍPIO DA INIQUIDADE




(Revelações de Nossa Senhora à Madre Maria de Jesus de Ágreda (1602-1665) (*) – Excerto extraído da obra “Mística Cidade de Deus”, de autoria da citada religiosa)



COMO O ALTÍSSIMO DEU PRINCÍPIO ÀS SUAS OBRAS; CRIOU TODAS AS COISAS MATERIAIS PARA O HOMEM, E ESTE E OS ANJOS PARA CONSTITUIR POVO DO QUAL O VERBO HUMANADO SERIA CABEÇA.



Deus(**) causa primária de todas as coisas


80. Causa de todas as causas foi Deus, Criador de tudo que existe. Quando, e como foi de sua vontade, com o poder de seu braço, deu princípio a todas as suas maravilhosas obras ad extra.



A ordem e princípio desta criação são referidos por Moisés no 1º capítulo do Gênesis, e tendo o Senhor me manifestado sua interpretação, direi aqui o conveniente, para nele encontrar as origens das obras e mistérios da Encarnação do Verbo e de nossa Redenção.



A criação


81. Literalmente o capítulo 1º do Gênesis é o seguinte: “No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse: Exista a luz. E a luz existiu. E Deus viu que a luz era boa; e separou a luz das trevas, e à luz chamou dia...”



Neste primeiro dia, diz Moisés, no princípio, criou Deus o céu e a terra. Este princípio é aquele no qual como saindo de seu ser imutável, o poderoso Deus começou a plasmar, fora de si próprio, as criaturas. Então, estas principiaram a possuir o ser em si mesmas, e Deus começou a recrear-se em suas obras, adequadamente perfeitas.



Para que a ordem fosse também perfeitíssima, antes de criar seres intelectuais e racionais, formou o céu para os anjos e os homens, e a terra onde, antes, os mortais seriam viadores (aquele que viaja, passageiro, peregrino). Tão proporcionados a seus fins e tão perfeitos são estes lugares, que diz David (SI 18,2) : Os céus publicam a glória de Deus, o firmamento e a terra anunciam as obras de suas mãos.



O céu com sua formosura manifesta a magnificência e a glória, porque nele está reservado o prêmio preparado para os santos. O firmamento da terra anuncia que devem existir criaturas e homens que a habitem, e por ela elevem-se a seu Criador.



Antes de criá-los quer Altíssimo preparar-lhes o necessário à existência que lhes destinara; para que de todos os modos, se sentissem obrigados a obedecer e amar seu Criador e benfeitor, e através de suas obras (Rm 1, 20) conhecessem seu admirável nome e infinitas perfeições.



Dia e noite


82. Diz Moisés que a terra estava vazia (Gn 1, 2), não referindo o mesmo do céu, porque neste Deus criou os anjos no momento que o escritor descreve (Idem 3): Disse Deus: faça se a luz e a luz foi feita. Fala não só da luz material como também das luzes angélicas e intelectuais. Se não fez mais clara menção dos anjos, designando-os apenas sob esse nome, foi por causa da inclinação dos hebreus em facilmente atribuir divindade a qualquer coisa de menor apreço, que os espíritos angélicos.



Além disso, foi muito apropriada a metáfora da luz para representar a natureza angélica, e misticamente a luz da ciência e graça com que foram iluminados em sua criação. Juntamente com o céu empíreo, criou Deus a terra e em seu centro o inferno. Naquele instante em que foi criada, ficaram no meio deste globo, por divina disposição, extensas e profundas cavernas para o inferno, limbo e purgatório. Ao mesmo tempo, no inferno foi criado fogo material e as demais coisas que agora ali servem de suplício aos condenados.



Logo separaria o Senhor a luz das trevas, chamando à luz dia (Gn 1, 5) e às trevas, noite. Não sucedeu isto só entre a noite o dia naturais, mas também entre os anjos bons e maus. Aos bons deu a luz eterna de sua visão, chamando-a dia eterno, e aos maus chamou noite do pecado, sendo lançados nas eternas trevas do inferno.



Deste modo, podemos entender quão unidas estiveram em Deus a misericordiosa liberdade de Criador e a retíssima justiça de Juiz.



Criação dos Anjos


83. Foram os anjos criados no céu empíreo, em graça, para com ela adquirirem méritos que precedessem à recompensa da glória, não lhes sendo dada a visão de Deus face a face, até que mereceram pela graça os que se mostraram obedientes à vontade divina.



Deste modo, estes santos anjos, como os demais apóstatas, permaneceram muito pouco tempo no primeiro estado de viadores. Sua criação, estado de provação e término dele realizaram-se em três estâncias ou mórulas (pequena mora ou demora, instante), separadas por algum intervalo, em três instantes.



No primeiro foram todos criados e adornados com a graça e outros dons, formosíssimos e perfeitas criaturas. A este instante seguiu-se a mórula na qual a todos foi apresentada e ordenada a vontade de seu Criador e lei para observarem. Reconhecendo-o por Supremo Senhor, preencheriam o fim de sua criação. Nesta mórula, estância ou intervalo travou-se entre S. Miguel com seus anjos e o dragão seguido dos seus, aquela grande batalha descrita por São João no cap. 12 do Apocalipse (Ap 12, 7). Os bons anjos, perseverando na graça, mereceram a felicidade eterna e os desobedientes, insurgindo-se contra Deus, mereceram o castigo que sofrem.



Queda dos maus anjos, perseverança dos bons


84. Nessa segunda mórula, tudo poderia ter se passado muito depressa, de acordo com a natureza angélica e o poder divino. Entendi, porém, que a piedade do Altíssimo deteve-se, e com alguma espera lhes mostrou o bem e o mal, a verdade e a falsidade, o justo e o injusto, sua graça e amizade, a malícia do pecado e a inimizade de Deus, o prêmio e o castigo eterno, a perdição de Lúcifer e seus seguidores, o inferno com suas penas.



Viram eles todas essas coisas como são em si mesmas, com o conhecimento de sua tão superior e excelente natureza, de maneira que, antes de perder a graça, viram claramente o local do castigo. Se não conheceram em igual medida o prêmio da glória, tiveram dela outra notícia e a promessa expressa do Senhor, com que o Altíssimo justificou sua causa agindo com suma equidade e retidão.



Não bastando toda esta bondade e justiça, para deter Lúcifer e seus sequazes obstinados, foram punidos e precipitados ao fundo das cavernas infernais, enquanto os bons viram-se confirmados na graça e glória eterna. Aconteceu isto no terceiro instante, e verificou-se que realmente nenhuma criatura, fora de Deus, é impecável por natureza, pois o anjo, possuindo a tão excelente e adornado com tantos dons de ciência e graça, acabou pecando e se perdeu. Que fará a fragilidade humana, se o poder divino não a defender, e se ela O obrigar a desampará-la?



O Pecado de Lúcifer


85. Resta saber o que estou procurando: o que motivou o pecado de Lúcifer e seus confederados, e o que lhes serviu de ocasião para desobedecer e cair.



Nisto entendi que poderiam ter cometido muitos pecados “secundum reatum” (***), ainda que não praticaram os atos de todos. Dos que com sua depravada vontade cometeram, ficaram-lhes os hábitos para todos os maus atos, aos quais induzem os outros, aprovando o pecado que por si mesmos não podem praticar.



Movido pelo mau afeto que então sentiu, incorreu Lúcifer em desordenadíssimo amor de si mesmo, ao se ver com maiores dons e formosura de natureza e graça que os demais anjos inferiores. Deteve-se demasiado nesse conhecimento, e a auto-complacência o embaraçou e enfraqueceu na gratidão que devia a Deus, como à fonte única de tudo o que recebera. Continuando a admirar a própria beleza e graça, acabou por se apropriar delas, amando-as como suas.



Este desordenado amor próprio, não somente o fez se exaltar com o que tinha recebido de outro ser superior, mas também o levou a invejar e cobiçar outros dons e excelências alheias que não possuía. Como não as pôde conseguir, concebeu mortal ódio e indignação contra Deus, que do nada o criara, e contra todas as criaturas.



A Soberba de Lúcifer sempre cresce


86. Daqui se originaram sua desobediência, presunção, injustiça, infidelidade, blasfêmia, e ainda uma espécie de idolatria, desejando para si a adoração e reverência devidas a Deus.



Blasfemou de sua divina grandeza e santidade, faltou à fé e lealdade que devia, pretendeu destruir todas as criaturas, presumindo que poderia tudo isso e muito mais. Assim, sua soberba sempre cresce (SI 73, 23) e persiste, ainda que sua arrogância seja maior que sua fortaleza (Is 16, 6), porque enquanto nesta não pode crescer, no pecado, um abismo atrai outro abismo (SI 14, 8).



O primeiro anjo que pecou foi Lúcifer (Is 14, 12), e induziu outros a segui-lo. Por isso, chama-se príncipe dos demônios, não por natureza, que por ela não pode ter esse título, e sim pela culpa. Os que pecaram não foram somente de uma ordem e hierarquia, mas de todas caíram muitos.



O Princípio da queda de Lúcifer


87. Procurarei, segundo me foi mostrado, qual a honra e excelência cobiçada e invejada pela soberba de Lúcifer. Como nas obras de Deus há justiça (SB 11, 21) peso e medida, antes que os anjos pudessem inclinar-se a diferentes objetivos, determinou Sua Providência manifestar-lhes imediatamente depois de sua criação, o fim para qual os havia criado de natureza tão elevada e excelente.



Receberam este conhecimento do seguinte modo: primeiro, tiveram inteligência muito expressa do Ser de Deus, uno em substância e trino em pessoas, recebendo ordem para O adorar e reverenciar como a seu Criador, supremo Senhor, infinito no Ser e atributos.



A este mandato submeteram-se e obedeceram todos, mas com alguma diferença: os anjos bons obedeceram por amor e justiça, sujeitando se de boa vontade, aceitando e crendo o que estava além de sua capacidade, e obedecendo com alegria. Lúcifer, porém, rendeu-se por lhe parecer impossível o contrário. Não agiu com caridade perfeita, pôs reservas na vontade e dúvida na verdade infalível do Senhor. Por este motivo o preceito se lhe tornou um tanto duro e difícil, não o cumpriu com inteiro amor e justiça, e desta maneira se indispôs para nela perseverar.



Ainda que esta tibieza e negligência em praticar estes primeiros atos com dificuldade não o privou da graça, daí começou sua má disposição, porque foi remisso no espírito e na virtude, cuja perfeição não preencheu como devia. A meu parecer, o efeito que esta remissão e dificuldade produziram em Lúcifer foi semelhante à que produz na alma o pecado venial deliberado. Não afirmo que ele haja, nessa ocasião, pecado nem venial nem mortalmente, porque cumpriu o preceito divino; todavia, esse cumprimento foi remisso e imperfeito, mais coagido pela força da razão do que pelo amor e vontade de obedecer. Com isto se colocou no declive que dispõe à queda.



Os Anjos e o Homem-Deus


88. Em segundo lugar, Deus manifestou aos anjos que criaria a natureza humana inferior à deles. Seriam criaturas racionais para amar, temer e reverenciar a Deus como a seu autor e eterno bem. A esta natureza humana favoreceria tanto, que a Segunda Pessoa da mesma Trindade Santíssima se faria homem, elevando a natureza humana à união hipostática (****) e pessoa divina. Àquele suposto (aquele que subsiste por si), Homem e Deus, deveriam os anjos reconhecer por cabeça não só enquanto Deus, mas também enquanto homem.



Deveriam reverenciá-lo e adorá-lo, como seus servos, inferiores em dignidade e graças. Deu-lhes inteligência da conveniência, equidade, justiça e razão que nisto havia, porquanto, aos méritos previstos daquele Homem-Deus, deviam a graça que possuíam e a glória que receberiam. Para a glorificação Dele haviam sido criados, e seriam criadas as demais criaturas, porque a todas seria superior. Todas quantas fossem capazes de conhecer e gozar de Deus seriam membros daquela cabeça e formariam seu povo para reconhecê-lo e reverenciá-lo. Tudo isto foi proposto e ordenado aos anjos.



Atitude dos bons e dos maus anjos


89. A este preceito, os santos anjos, obedientes e de plena boa vontade, submeteram-se com humilde amoroso afeto.



Lúcifer, ao contrário, resistiu com soberba e inveja, induzindo os anjos que eram seus sequazes a fazerem o mesmo, como de fato fizeram, seguindo-o na desobediência ao divino mandato. Persuadiu-os o mau príncipe de que ele seria sua cabeça, e formariam principado independente e separado de Cristo.



Tanta cegueira e tão desordenado afeto puderam causar naquela anjo a inveja e a soberba, que veio a se transformar na causa e contágio para tantos outros incorrerem no mesmo pecado.



Os anjos e a Mãe de Deus


90. Aqui ocorreu a grande batalha a que S. João se refere (Ap 12) haver-se travado no céu. Os santos anjos obedientes, com ardente zelo para defender a glória do Altíssimo e a honra do Verbo Humano previsto, pediram licença ao ao Senhor para resistir e contradizer ao dragão, sendo lhes concedida essa permissão.



Entrementes sucedeu outro mistério. Ao ser proposta a todos os anjos a obediência ao Verbo humanado, foi lhes apresentado o terceiro preceito: superior a eles existiria também uma mulher, em cujas entranhas tomaria carne humana o Unigênito do Pai; esta mulher, Rainha deles e das demais criaturas, nos dons da graça e glória, se elevaria acima de todas, tanto angélicas como humanas.



Os bons anjos, obedecendo a este preceito do Senhor, cresceram e se aperfeiçoaram na humildade, aceitando e louvando o poder e os arcanos do Altíssimo. Lúcifer, porém, e seus confederados, a este preceito e mistério, se exaltaram mais na soberba e presunção. Com desordenado furor apeteceu para si a excelência de ser cabeça de todo gênero humano, e das ordens angélicas, e se isto deveria realizar-se mediante a união hipostática, fosse ele a recebê-la.



Revolta de Lúcifer


91. Quanto a permanecer inferior à Mãe do Verbo humanado e Senhora nossa, opôs-se com horrendas blasfêmias, indignando-se contra o Autor de tão grandes maravilhas, e incitando os demais com estas palavras: - “injustos são estes preceitos e injuriosos para minha grandeza. Essa natureza que tu, Senhor, olhas com tanto amor e pretendes beneficiar tanto, eu perseguirei e destruirei, empregando nisso todo meu poder e diligência. E a esta Mulher, Mãe do Verbo, derrubarei do estado em que a prometes colocar, e em minhas mãos perecerão teus projetos”.



Maria esmagará a cabeça de Lúcifer


92. Esta soberba arrogância irritou tanto ao Senhor, que humilhando a Lúcifer, disse: - “Esta mulher que não quiseste respeitar te esmagará a cabeça (Gn 3, 15) e por Ela serás vencido e aniquilado. E, se por tua soberba, entrar a morte no mundo (Sb 2, 24), pela humildade desta mulher entrará a vida e a salvação dos mortais. Os da natureza e semelhança destes dois (Cristo e Maria); gozarão do prêmio e da coroa que tu e teus seguidores perderam”.



A tudo isto replicava o dragão com indignada soberba, contradizendo o que entendia da divina vontade e de seus decretos, e ameaçando a toda linhagem humana.



Conheceram os bons anjos a justa indignação do Altíssimo contra Lúcifer e os demais apóstatas, e puseram-se a pelejar contra eles com as armas do entendimento, razão e verdade.



MARIA, representante da natureza humana pura


93. Aqui operou o Altíssimo outro maravilhoso mistério; havendo manifestado por inteligência, a todos os anjos, o grande mistério da união hipostática, mostrou-lhes a Virgem Santíssima num sinal ou imagem, semelhante às nossas visões imaginárias, segundo o nosso modo de entender.



Deu-lhes a conhecer a natureza humana pura, representada nessa mulher perfeitíssima, em que o braço poderoso do Altíssimo seria mais admirável que em todo resto das criaturas, porque em superior e eminente grau Nela depositava as graças e dons de sua destra.



Este sinal e visão da Rainha do céu e Mãe do Verbo humanado foi notório e claro a todos os anjos, bons e maus. À sua vista, expandiram-se os bons em admiração e cânticos de louvor, e desde esse momento começaram a defender a honra do Homem-Deus e de sua Mãe Santíssima, armados de ardente zelo e do escudo inexpugnável daquele sinal.



O dragão e seus aliados, pelo contrário, conceberam implacável furor e sanha contra Cristo e sua Mãe Santíssima. Sucedeu, então, tudo o que contém o cap. 12 do Apocalipse, cuja interpretação, segundo me foi dada, escreverei a seguir.



-------------------------------------------------------------------------



(*) VENERÁVEL MARIA DE JESUS DE ÁGREDA: Em Toledo, Espanha, o corpo da Venerável Madre Maria de Jesus, companheira de Santa Teresa de Ávila, exala um perfume descrito como aroma de rosas e jasmins, e transpira um óleo que continua fluindo até o presente. Maria de Jesus nascida em Ágreda, cidade de Castela, dia 2 de abril de 1602, de pais nobres e uma virtude exemplar. Muito jovem ainda, ela se tornou superiora de um monastério da Immaculée-Conception de Marie, onde morreu em odor de santidade. Para mais informações, vide página na internet no sítio http://www.paginaoriente.com/santos/agreda.htm.



(**) DEUS Aprendemos, desde cedo, nas primeiras aulas de catecismo, que “Deus é um Espírito perfeitíssimo, Criador do Céu e da Terra”. Em uma oração ditada por Jesus a uma confidente atual, Ele assim se refere ao Pai logo no início dessa oração: “Eterno Pai, que o Vosso Nome seja santificado. Conhecer-Vos é Vida Eterna. Conhecer-Vos é conhecer a Verdade. Pai de Toda a Sabedoria, santificai-me com o Vosso Espírito Santo, afim de que o meu coração, cheio de sabedoria, possa proferir estas palavras: ÚNICO E PERFEITO, FONTE DE SUBLIME AMOR, a Vossa Majestade arrebata o meu coração afim de que Vos louve noite e dia. Fonte de mirra e aloés, perfumai a minha infeliz alma afim de que, ao encontrar o meu Rei e Vosso Filho Predileto, Ele não vire os Seus olhos para longe de mim. Conhecer-Vos é estar na Vossa Luz, essa Luz que me irá mostrar o caminho e me levará a seguir as pegadas de Vosso Filho Predileto. Fonte de Água Viva, vinde, vinde e mergulhai a mim, Vosso filho, na Vossa Corrente, que flui abundantemente de Vosso Santuário. ....”. Sabemos, também, pelas sagradas letras, por definição teológica e pela fé, que Deus, Uno e Trino, é um Ser perfeitíssimo e infinitamente grande em tudo, entendimento inalcançável por nossa pequeníssima capacidade mental. Ele é, portanto, um Ser Sapientíssimo, Poderosíssimo, Onisciente, Um Pai Amorosíssimo, Justíssimo, mas também Misericordiosíssimo, sempre pronto ao Perdão a um coração sinceramente arrependido de seus pecados. Além disso, Deus é também a Beleza infinita, tão altíssima e incompreensível ao que entendemos por beleza, que se nos fosse dada neste momento a graça da “plena visão” das Divinas Pessoas nossas almas se sentiriam extremamente atraídas, como por um imenso imã, e deixariam imediatamente nossos corpos. Mas isso Deus não permite, pois perderíamos a nossa liberdade, o livre arbítrio, dada por Ele Mesmo, quando “soprou” pela primeira vez em nossos primeiros pais. E essa liberdade para amá-Lo ou rejeitá-Lo é o que nos torna “semelhantes a Ele” e, em Jesus Cristo, por amorosa adoção, também filhos Seus. Por tudo isso, é incompreensível quando, no juízo particular que todos um dia também iremos enfrentar, que alguém, conhecendo e vendo “de frente” essa Fonte Sublime de Amor, Cheio de Misericórdia e pronto ao perdão, e vendo também, como num filme instantâneo toda a sua vida na terra, carregada de pecados, ingratidão, arrogância, ofensas de toda sorte, venha a imitar Lúcifer e dizer ao final, como esse infeliz: “Non serviam”, não servirei, tendo perfeita consciência desse ato e sabendo que ele o levará ao afastamento definitivo da Verdadeira Felicidade, ao desespero, ao caos, à infelicidade mais terrível e extrema que possamos imaginar. Fujamos desse final, pela humildade, reconhecendo-nos pequenos, como de fato somos, mas filhos adotados por um Pai grandíssimo e amorosíssimo, como de fato é. A Fé é um dom de Deus, e como tal não podemos tê-la por nós mesmos. Por isso mesmo peçamos a Ele esse dom, por mais dúvidas que possamos ter. E se por acaso aceitar este meu convite, aproveite e peça também a Esperança e a Caridade.



(***) Reato (lat.) = 1. Estado ou condição do réu.
2. Teol. Obrigação de cumprir penitência dada pelo confessor.
3. Teol. Condição do pecador antes de se arrepender (reato da culpa), ou apenas antes de ter oferecido uma satisfação adequada pelo pecado cometido (reato da pena).

(****) União hipostática = Também conhecida como união mística ou dupla natureza de Cristo, é a doutrina clássica da
cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas, sendo homem e Deus ao mesmo tempo.


http://www.gotquestions.org/Portugues/uniao-hipostatica.html


http://www.amormariano.com.br/artigos/curso-de-catecismo-%E2%80%93-aula-9-a-uniao-hipostatica/



www.recadosaarao.com.br


Artigo Visto: 2286